segunda-feira, 28 de abril de 2008

Flor


Brincando ao inspira e expira, ao bate bate, estava eu passeando, pisando pedras escuras que me roubavam energia. Olhava para o lado e via, no vai e vem dos carros, o reflexo de nuvens cinzentos escuras a brilhar lá em cima. De vez enquanto era acordado dos meus pensamentos por uma gota de magoa que elas deitavam. Gota esta que ao bater contra ao refugio da minha alma queimava-me e congelava-me.
De repente começo a sentir o cheiro de uma flor que imobiliza a mim e ao tempo. Esqueço-me de tudo ficando somente a contemplar aquele maravilhoso aroma. Inspiro bem fundo o cheiro dessa flor, que entra em mim e invade por completo o meu corpo. Perco todo o que ainda controlava naquele instante e os meus pés começaram a deixar de tocar o chão.
A minha respiração torna-se mais apresada, o cheiro vai-se tornando mais intenso, vou ficando petrificado. O coração vai batendo cada vez mais fortemente, os meus olhos fecham, inclino a cabeça para o céu e sinto a maravilhosa flor a aproximar-se.
Começo a gritar, começo a berrar, o batimento cardíaco dispara… tudo fica mais excessivo.
A flor chega ao meu pé. Começo a tremer de prazer, a gritar de prazer, a contorcer-me de prazer, a curvar-me de prazer. Ela simplesmente chega e beija.
Nada mais importa, entro pela sua boca grandiosa e sinto-lhe com carinho, com amor. O contacto termina e eu a calmo-me.
Os meus pés iniciam levemente a descida até o chão. Olho para a flor, vejo o meu mundo, a minha vida, o meu amor. Vejo que eras tu!!
Neste exacto momento o meu céu clareia, as pedras vaporizam-se e um largo sorriso invade-me a cara.

8-03-06

1 comentário:

Aequillibrium disse...

que bonitas palavras...
que bonito texto...